Julho / 2019
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UM DOS INDISPENSÁVEIS FATORES PARA O ALCANCE DA EXCELÊNCIA DESPORTIVA NO PAÍS

INTRODUÇÃO

Decorrentes das manipulações bem arquitetadas pela Nautilus e posteriores intervenções, o treinamento de musculação via equipamentos específicos tem sido considerado fundamental numa preparação, seja na iniciação desportiva ou em treinamentos de alto nível.

Complementando o treinamento com pesos livres, dentre os benefícios, o aproveitamento dos equipamentos propicia maior isolamento e contração do musculo-alvo, favorecendo a aplicação de determinados princípios de treinamento.

Contudo, apesar da necessária intervenção multiprofissional, devido à ausência de normatizações que controle o industriário desportivo, em determinadas circunstâncias ocorre carência do respaldo profissional, onde o próprio proprietário assume toda responsabilidade, desencadeando equipamentos sob suspeita de potencial risco à população e/ou crime de plágio.

A presente intervenção, pela lacuna de normatizações específicas, aborda as circunstâncias enfrentadas no país, relembrando propostas publicadas na literatura científica, a fim de conscientizar sobre os possíveis riscos na aquisição de equipamentos ausentes de qualquer respaldo profissional.

REVISÃO

Apesar do sistema desportivo no país habilitar por nível universitário, evidenciando um dos mais incríveis controles das práticas desportivas no mundo, há certa liberdade na confecção de equipamentos de musculação, proporcionando que industrias ausentes de qualquer respaldo profissional, alcancem os estabelecimentos desportivos.

A confecção dos equipamentos de musculação requer envolvimento de uma equipe multiprofissional, visto na atuação de um Profissional de Educação Física Pós-Graduado e Engenheiro Mecânico.

Sendo que na esfera desportiva, o Engenheiro não se resume “apenas” em respaldar a estrutura metálica e/ou em ajustar um novo visual à proposta, livrando dos indícios do crime de plágio, mas em adequá-la as propostas do Profissional do Desporto.

Respaldo da Engenharia

No caso narrado por Lira, Nóbrega, Sousa (2015), durante o período de preparação para os Jogos do Rio 2016, um nadador de nível olímpico contratou uma equipe de profissionais para confeccionar um equipamento que alcançasse a mesma proposta do fisiologista Americano Rob Sleamaker. 

Vale ressaltar que o referido desportista apresenta características cineantropométricas morfológicas inadequadas ao perfil de alto rendimento na modalidade, dentre as quais, a baixa estatura.  Superadas por intermédio do treinamento técnico e físico, correlacionando a destreza do nado, à força e potência, e assim, projetando-o ao cenário desportivo internacional tendo quebrado inúmeros recordes mundiais.

Contudo, no relatado projeto, pelo amparo de tecnologia Francesa e Israelense, foi projetado um protótipo antropométrico em 3D, com base em intervenções científicas realizadas anteriormente que coletaram dados antropométricos do recordista mundial, possibilitando as acomodações necessárias entre equipamento e atleta.

Vale ressaltar que mesmo vindo de sequenciadas lesões, o desportista em questão foi o único na modalidade a alcançar o índice representando o seu Estado nos Jogos Olímpicos do Rio, acrescentando a 4ª Olímpiada no currículo.

As colocações na Série Análise de Artigos

Em 2015, foi analisado na Série Análise de Artigos #14, no canal do Youtube, a intervenção científica realizada por Lira; Nóbrega; Sousa (2014), sendo exposto as deficiências e contribuições do projeto.

Apesar da análise não abordar a ausência de normatizações para com o industriário desportivo, no próprio corpo do projeto consta citações diretas envolvendo influentes do desporto e do INMETRO.

Conforme Koprowski (2012. p. 60 apud LIRA; NÓBREGA; SOUSA, 2014. p. 342) “a única necessidade para que você possa industrializar e comercializar equipamentos legalmente é a abertura de uma firma”.

Confirmado em seguida por Brasil (2013. p. 30 apud LIRA; NÓBREGA; SOUSA, 2014. p. 342) “sugerimos a investigação de máquinas e equipamentos mais robustos” e assim evidenciando a ausência do controle ao industriário desportivo.

Contudo, posteriormente a análise relembra as antigas manipulações da Nautilus, sendo expostas as possibilidades de as empresas investirem em ensaios via eletromiografia e/ou outros recursos que evidenciem a eficiência das novas propostas em equipamentos, ou até que seja criado órgãos fiscalizadores que analisem projetos antes de serem lançados no mercado.

Vale ressaltar a complexidade em compreender as respostas orgânicas ante TRP, onde geralmente dentre os numerosos percalços, as intervenções científicas não consideram as dimensões corporais predominantes nas amostras e suas possíveis inadequações.

A exemplo do exercício Elevação Pélvica, onde considerando os índices de proporcionalidade, tendo uma amostra com predominância desarmoniosa, divergente ao tipo mesosquélico, provavelmente refletirá nos resultados, comprometendo toda investigação.

Equipamentos com dimensões estabelecidas

Apesar que em esportes como no Powerlifting a Federação Internacional de Powerlifting (IPF) com sede na Alemanha, determinar as medidas dos típicos equipamentos, as variações étnicas podem proporcionar inadequações.

Podendo considerar que ergonomicamente um equipamento projetado para acomodar 90% dos Alemães também alcançará as mesmas precisões com Americanos, porém apenas acomodará 10% dos Vietnamitas.

Sendo essa possibilidade marcante na Guerra do Vietnam, onde devido os maquinários bélicos Vietnamitas serem norte-americanos, as máquinas eram operadas com bastante dificuldade (LIRA; NÓBREGA; SOUSA, 2015; IIDA, 2016).

Ressaltando a necessidade de ponderância com relação a dimensões pré-estabelecidas distantes da realidade tratada “Os dados antropométricos utilizados foram fundamentais para realização do projeto, devido à adequação com o caso tratado, entretanto há a necessidade de intervenções ergonômicas com a modalidade, que estipule maiores parâmetros que norteiem o industriário” (LIRA; NÓBREGA; SOUSA, 2015. p. 2).

As tentativas de orientar a indústria desportiva

Independente se as tentativas de deliberação de normas ao industriário desportivo realizadas no FIESP em SP na contemporânea década, obtiveram ou não êxito, as próximas manobras para as necessárias normatizações devem priorizar e/ou manter inúmeros princípios, inclusive a imparcialidade, favorecendo a sua concretização ao alcançar diante dos recursos disponíveis, a realidade das pequenas, médias e grandes empresas.

CONCLUSÃO

O presente trabalho reascende as possibilidades da criação de normatizações específicas para com o industriário desportivo, e assim complementando um dos mais incríveis sistemas de controle das práticas desportivas existentes no mundo.

REFERÊNCIAS

IIDA, I.; GUIMARÃES, L.B.M. Ergonomia: projeto e produção. 3. ed. São Paulo: Blücher, 2016.

LIRA, F.A.S.; NÓBREGA, A.F.; SOUSA, T.B.C. O desafio na realização do projeto de um equipamento voltado para o treinamento coadjuvante da natação. In: ENCONTRO NACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA, ESPORTE E SAÚDE, 4., 2015, Patos. Anais… Patos: COOPEX/FIP, 2015. p. 2.

LIRA, F.A.S.; NÓBREGA, A.F.; SOUSA, T.B.C. Princípios utilizados na realização do Projeto de Equipamentos para Musculação. Temas em Saúde, João Pessoa, v. 14, n. 1, p. 340-355, jul./set. 2014.


Thiago Batista Campos de Sousa

Faculdades Integradas de Patos (FIP) – Patos/PB
Diretor Técnico-Científico da Federação Paraibana de Culturismo, Musculação e Fitness (FPCM-F) – João Pessoa/PB
Diretor Técnico-Científico da Confederação Brasil Fisiculturismo e Fitness (BRAFF) – Rio de Janeiro/RJ