AS CONSEQUÊNCIAS DE DETERMINADAS DECLARAÇÕES

Dentre as inúmeras consequências vivenciadas pelas usuárias de esteroides anabolizantes, o preconceito decorrente das marcantes alterações morfológicas raramente tem sido abordado com exclusividade em trabalhos acadêmicos. 

Diante dessa lacuna literária, a equipe liderada pelo profissional Thiago Batista Campos de Sousa, em 2016, publicou, no periódico Temas em Saúde, ISSN: 1519-0870 (impresso) / 2447-2131 (DIGITAL), QUALIS A.: INTERDISCIPLINAR (A1), o trabalho intitulado DESEQUILÍBRIOS FISIOLÓGICOS E DISCRIMINATÓRIOS RELACIONADOS ÀS MULHERES USUÁRIAS DE ESTEROIDES ANABOLIZANTES.

Vale ressaltar que as diretrizes do periódico na época possibilitaram, de modo estratégico para respaldarmos as colocações, que o estudo fosse norteado por fontes secundárias de informações livros, artigos publicados em periódicos impressos e disponíveis em sites na internet, bem como matérias jornalísticas veiculadas na televisão.

A pesquisa foi orientada pelos objetivos previamente elaborados para o estudo, sendo que os textos passaram por leituras seletivas, leituras para apreensão do conteúdo, leituras analíticas e reflexões acerca do conteúdo apreendido, e, posteriormente, foram organizados para a elaboração do relatório.

ABORDAGEM DO CONTEÚDO

O trabalho inicialmente destaca as marcantes alterações morfológicas decorrentes do abuso de drogas anabólicas, especialmente os efeitos masculinizantes em mulheres, dentre os quais os que mais afetam a imagem feminina são as acnes, os pelos em todo o corpo (incluindo pelugens na face), alterações nas partes íntimas e mandíbulas.

Ainda somando a essas conjunturas, mulheres musculosas tendem a ser vítimas de crendices, levando em consideração que em determinadas épocas, pesquisas associaram, a partir de certas amostras, a saturação da testosterona ao lesbianismo. Apesar de o tema ainda se encontrar inconclusivo, essas são as polêmicas que envolvem as mulheres que confessam o uso de drogas anabólicas. 

Tendo o intuito de estrategicamente ratificar as modificações dos depoimentos de celebridades do meio fitness (mulheres não atletas competitivas), foi realizado um minucioso levantamento de entrevistas cedidas na grande mídia em divergentes épocas. Evidencia-se que, enquanto em determinadas épocas as celebridades, quando indagadas a respeito, negaram completamente o uso paralelo da droga, noutras épocas as mesmas entrevistadas declararam que administraram drogas anabólicas em suas preparações.

Muito provavelmente o comportamento discreto em entrevistas no início da trajetória está relacionado à intenção de se desvencilhar das abruptas consequências decorrentes da confissão do uso. Entretanto, com o amadurecimento da carreira, percebe-se um posicionamento ausente da cautela de outrora.

Já na esfera do alto rendimento, que envolve na preparação toda uma equipe multiprofissional e tecnologia de ponta, devido às possibilidades das pesquisas laboratoriais e suas devastadoras conclusões não reproduzirem o complexo sistema de administração das drogas, as desportistas em determinadas modalidades, além do comportamento aguerrido, tendem a ignorar as inúmeras ocorrências veiculadas nos principais meios de comunicação.

Servindo-se da ocasião, evidenciaremos, logo abaixo, a matéria de maio / 2019, em que abordamos as consequências dos posicionamentos controversos de determinadas modalidades desportivas que expõem os bastidores do desporto de alto rendimento.

Fonte: https://brasilfisiculturismo.com.br/aqueles-que-desafiam-o-sistema-os-bodes-expiatorios/

Já ao abordar a estética ou os extremos das dimensões humanas, foi destacado o desenvolvimento dos glúteos, uma característica morfológica de bastante interesse para o gênero feminino. Para exemplificar o tópico, foram recordadas as marcantes polêmicas envolvendo a Sul-Africana Saartjes Baartman que, em decorrência dos rumores de que se tratava de uma genuína hotentote, passou a se apresentar em shows de horrores da Europa.

Baartman ostentava a esteatopigia e, após a sua morte, foi minunciosamente avaliada, tendo o seu corpo dissecado pelo anatomista Frances George Cuvier, sendo posteriormente compartilhadas com a comunidade acadêmica, as fortes características do tão enigmático avental de hontetotes. 

Abaixo, uma mulher Hontetote  

Fonte: Extraída da internet.

Apesar de ter sido ovacionado pela comunidade científica da época, George acrescentou, em seus achados, comentários racistas, chegando a comparar Baartman a uma primata, sendo que esses registros posteriormente, no século futuro, comprometeriam a memória do anatomista francês.

Apesar de Baartman possuir dimensões físicas extraordinárias, entender praticamente 4 idiomas, ter uma admirável memória, dançar fluentemente de acordo com suas tradições nativas e possuir uma personalidade alegre, sua história está manchada pela desumanidade, evidenciando o racismo e a exploração da raça negra na Europa. 

Vale destacar que, após inúmeras campanhas da parte do governo da África do Sul cujo intuito era resgatar a sua dignidade, Baartman pôde voltar para casa. Em 9 de agosto de 2002, sua estrutura óssea, o cérebro e órgãos genitais conservados há quase 200 anos foram finalmente sepultados em Vergaderingskop.

Continuando o teatro de drama, o trabalho expõe a história de um dos maiores treinadores do Brasil e do mundo, o qual, ao ter sua equipe flagrada pelo Doping, assumiu toda a culpa, comprometendo as quase três décadas dedicadas ao alto rendimento, mas consequentemente conseguiu amenizar o regime punitivo aos desportistas que estavam sob sua responsabilidade.

Abaixo, registro de quem apenas observa os treinamentos realizados no campo.

Fonte: Extraída da internet. 

Conforme o previsto, apesar da intensa comoção nos bastidores, o referido treinador sofreu a pena máxima, sendo banido definitivamente do esporte, deixando, pela sua ausência, uma lacuna irreparável no alto rendimento nacional.

Apesar dos assombrosos avanços tecnológicos, na matéria de Abril / 2019 (https://brasilfisiculturismo.com.br/o-exame-antidoping-as-complexidades-do-organismo-e-das-circunstancias/) abordamos as polêmicas envolvendo o sistema antidopagem.

O trabalho também acrescenta as evidências que comprometem todo o mecanismo, sendo expostas matérias jornalísticas de escândalos históricos. Porém, conscientizamos os leitores de que existe uma imagem inexoravelmente tida como imaculada, preservada pela alta influência do sistema.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho recordado no presente paper retrata exclusivamente as consequências discriminatórias decorrentes do abuso de drogas anabólicas em mulheres, sejam elas atletas ou não competidoras, sendo um conteúdo raro na comunidade acadêmica, porém que foi, há cerca de cinco anos, perfeitamente explorado.

REFERÊNCIAS

DE SOUSA, T.B.C.; CUNHA, L.F.B.; SILVA, M.H.; LIMA, C.B.; NASCIMENTO, M.A. Desequilíbrios fisiológicos e discriminatórios relacionados às mulheres usuárias de esteroides anabolizantes. Temas em Saúde, v. 16, n. 4, p. 83-108, 2016. Disponível em: < http://temasemsaude.com/wp-content/uploads/2017/01/16407.pdf >. Acessado em: 07 mar. 2021.

Thiago Batista Campos de Sousa
Faculdades Integradas de Patos (FIP)–Patos/PB
Diretor Técnico-Científico da Federação Paraibana de Culturismo, Musculação e Fitness (FPCM-F)–João Pessoa/PB
Diretor Técnico-Científico da Confederação Brasil Fisiculturismo e Fitness (BRAFF)–Rio de Janeiro/RJ