RAZÃO TRANSVERSAL/LONGITUDINAL: UMA PROPOSTA PARA MELHOR COMPREENSÃO DOS PERÍMETROS SEGMENTARES

Em uma época conturbada na história do Nordeste, no bando de Lampião (o “rei” do cangaço), as mulheres eram cobertas de ouro e pedras preciosas, sendo um símbolo de ostentação das conquistas (provenientes dos assaltos) daquele cangaceiro. 

Polêmicas à parte, porém servindo-se da comparação para evidenciar uma imodéstia com genuína aprovação e dignidade social, o fisiculturismo é um esporte caro, restrito a poucos privilegiados, sendo que pelas categorias paralelas criadas posteriormente, diversificadas morfologias humanas foram alcançadas por este esporte, inclusive os marcantes tipos de físicos femininos. 

Seguindo o processo evolutivo (apesar de que ainda não existam categorias representativas), nos últimos meses, os principais meios de comunicação desportiva, têm divulgado mulheres com desenvolvimentos colossais, as quais provavelmente ostentam, não joias ou ouro bruto, mas dimensões físicas inalcançáveis para a maior parte da população comum.

Objetivando incentivar a melhor compreensão desses fenômenos desportivos, a presente matéria trata da relação transversal/longitudinal (transv./long.) que, historicamente, em 2020, foi aplicada por De Sousa (2020 apud DE SOUSA, 2020) numa categoria feminina do fisiculturismo.

A RAZÃO TRANSVERSAL/LONGITUDINAL

Semelhante à tão polêmica Guarda De La Riva, que obteve características próprias e foi difundida pelo consagrado campeão de jiu-jitsu Ricardo De La Riva, a Relação TRANSV./LONG. possibilita uma compreensão do quanto as variáveis transversais sobrepujam as longitudinais.

A proposta relaciona os dados da perimetria corporal com os comprimentos ósseos, sendo obtida a “Δ”.

Na planilha elaborada em Excel, disponibilizada gratuitamente por De Sousa (2020), é possível acioná-la, sendo proporcionada a impressão ou conversão para arquivo em pdf.

No Gráfico, é destacada a pasta “Impressão 3” da matéria de De Sousa (2020), com a proposta.

EXEMPLO 1

Evidenciando a análise da coxa média, a equação será preenchida pelo perímetro da coxa média e comprimento trocanter-tibial, sendo possibilitado, pela Δ, quantificar em qnt % a perimetria em questão suplanta o osso longitudinal do fêmur.

Na figura 1, utilizando o modelo anatômico, identificamos o bordo superior da patela aplicada na demarcação do perímetro e dobra cutânea da coxa média.

EXEMPLO 2

Na figura 2, observam-se registros da intervenção antropométrica realizada com a Atleta Wanessa dos Santos Gonçalves (Wanessinha), minutos antes de sagrar-se Campeã do Estreante 2019, chancelado pela Federação Paraibana de Culturismo Musculação e Fitness – FPCM-F, sendo coletado o perímetro da coxa (Figura 2a) e o comprimento trocanter-tibial lateral (Figura 2b).

EQUIPAMENTOS ANTROPOMÉTRICOS UTILIZADOS

De acordo com os recursos e habilidades do Antropometrista, pode-se utilizar uma trena e segmômetro – Opção (a); ou, trena e paquímetro ósseo (b); e/ou, ainda, apenas uma trena antropométrica (c).

O COMPLEXO NÍVEL DE GRADUAÇÃO SUPERIOR NO PAÍS

É preciso compreender que a profissão foi favorecida pelo avanço tecnológico, que evidenciou os efeitos profiláticos decorrentes da intervenção desse profissional na sociedade, existindo até o provérbio “Geralmente, quando se busca um médico, este trata da doença, mas quando se busca um profissional de Educação Física, este fortalece o organismo para que não adoeça”. 

São inegáveis os benefícios das práticas desportivas, que alcançam toda a sociedade, incluindo a população de maior risco, DE MAIOR FRAGILIDADE, ou seja, a “melhor idade”. Deste modo, por meio do desporto, muitos se desvencilham até de determinadas dependências farmacológicas, tamanho o benefício fisiológico.

Contudo, é preciso se conscientizar de que no país, o Profissional de Educação Física atua legalmente em pé de igualdade com os demais profissionais da área da saúde. Por se tratar de uma profissão regulamentada, requer nível universitário, estando inserida num complexo sistema de qualificação superior, no qual a graduação habilita.

O sistema assemelha-se, portanto, ao existente na medicina, em que um médico, tendo apenas a graduação (clínico geral), possui atuação limitada, necessitando da residência. Após a habilitação daquele Acadêmico de Educação Física, se torna necessária a especialização, existindo no país inúmeras instituições universitárias que alcançam as mais diversificadas áreas.

Para aqueles graduados que aspirarem contribuir no culturismo, no país, há a pós-graduação em bodybuilding coaching. Tratando da esfera antropométrica, existe a acreditação pela organização australiana, a ISAK, possuindo 4 níveis hierárquicos em que, com relação à proposta transv./long., um n2 ou 3 da ISAK, possui condições de identificar as protuberâncias ósseas e demais requisitos antropométricos para o acionamento do cálculo. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente proposta visa a relacionar determinados perímetros corporais com as medidas longitudinais ósseas, favorecendo que o fenômeno das dimensões colossais seja melhor compreendido. 

Mensagem do Diretor Técnico-Científico da BRAFF.

REFERÊNCIAS

DE SOUSA, T.B.C. Um brinde a todos aqueles que verdadeiramente amam o esporte. BRAFF, Rio de Janeiro, out. 2020. Disponível em: < https://braffbr.com/um-brinde-a-todos-aqueles-que-verdadeiramente-amam-o-esporte/ >. Acesso em: 27 nov. 2020.

FEMININO Cangaço. Direção e Roteiro: Lucas Viana e Manoel Neto. Produção Executiva: Manoel Neto e Qhele Jemima. Salvador: Centro de Estudos Euclydes da Cunha – CEEC; TV.UNEB, 2016. Disponível em: < http://www.tv.uneb.br/?p=778 >. Acesso em: 27 nov. 2020.

Thiago Batista Campos de Sousa

Faculdades Integradas de Patos (FIP) – Patos/PB
Diretor Técnico-Científico da Federação Paraibana de Culturismo, Musculação e Fitness (FPCM-F) – João Pessoa/PB
Diretor Técnico-Científico da Confederação Brasil Fisiculturismo e Fitness (BRAFF) – Rio de Janeiro/RJ